sexta-feira, 13 de abril de 2012

ÁRVORE




És linda, majestosa, abençoando, se dando,

espalhando seus galhos frondosos

sobre a terra que te sustenta,

e te alimenta.

Tu, em troca, também alimentas, recebendo,

carinhosa, aqueles que te buscam para repousar:

pássaros, borboletas, insetos mil.

És mãe acolhedora, abençoada,

mui amada;

às vezes vilipendiada, por braços amaldiçoados

que te cortam, estraçalham

que te jogam por terra, abatida,

sem verem que tu choras

por não poderes mais cumprir o teu papel.

Amo-te, árvore, do fundo do meu ser!

Pois sei que um dia também eu

fui mineral, vegetal, animal,

e aqui estou, subindo mais um degrau

na escala da vida,

que é infinita!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Estranho olhar






Estranho fascínio esse que existe

em teu olhar que me seduz,

e ao qual não consigo fugir!

nossos olhares se cruzam e é

como se um elo invisível

nos atraísse, formando uma corrente

somente no ar,

como uma teia invisível...

sinto-me borboleta pairando, fascinada

pela luz que emana do teu olhar,

que me arrebata e me faz sonhar...

somente sonhar...

porque és barco partindo,

sumindo

na linha do horizonte.

Somos apenas dois pontos distantes

que jamais irão se encontrar.





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SOLIDÃO




As horas passam, passam os dias
Alongam-se as noites. Um dia, outro dia,
Todos iguais, vazios, distantes,
perdendo-se no tempo,
perpetuando lembranças.
Lembranças vivas, qual chama crepitante,
enchendo os dias frios
de uma existência que não enche,
sequer, o tempo.

Olho no espelho e vejo olhos vazios:
enxutos de lágrimas,
molhados de esperança.

Cabelos negros que ficaram em minhas mãos,
Olhos que ficaram nos meus,
Lábios que molharam meus lábios...
Nesses dias vazios, nessas horas frias,
Onde estarão?


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MEU ANIVERSÁRIO



HOJE...  AGORA...  AMANHÃ

SAUDADE... SAUDADE DO QUE FUI,

SAUDADE DO QUE JÁ VIVI.

ATÉ PARECE QUE TUDO, TUDO,

TERMINA AQUI.



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ETERNIDADE







Ouço o silêncio que se faz em mim.

Tu te foste.

Já não ouço tua voz,

senão em minha consciência,

e nessa solidão atroz.

Por onde andarás? 

Estarás pisando em nuvens,

teu espírito vagando como sombra

ou divisando luz,

aprendendo, esperando?

Por certo um dia nos encontraremos

e, através da eternidade,

continuaremos nos amando.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TRECHO DO LIVRO "O REGRESSO - CAMINHO ESPIRITUAL"



O sol, passando entre os galhos das árvores, espalhava manchas brilhantes no chão coberto de folhas secas, que estalavam, parecendo gemer ao serem pisadas. Sentaram-se numa pedra, e Adriana tirou os sapatos mergulhando os pés na água transparente e fria.

- Aqui é tudo tão quieto, tão diferente da vida agitada da cidade...

- É, - concordou Rogério - parece que nos sentimos mais perto de Deus. Veja essas árvores - ele olhou para cima, admirando-as - elas crescem, nos dão sombra, flores, frutos. E as formiguinhas que sobrem pelos seus troncos desempenham o seu trabalho silencioso.

Todos têm a sua função dentro da vida, já programada: a abelha, a lagarta, o besouro, a minhoca... As flores desbrocham, espalham o seu perfume, as abelhas vêm e sugam o néctar que vai produzir o mel que nos alimenta. Isso é muito bonito. Há uma lição para aprendermos em cada coisa que nos cerca. É a lição da vida, de Deus para os homens, que não sabem entendê-la.

- Só a morte não é bonita - comentou Adriana, triste.

Rogério a olhou e concordou - Não, não é. Com a morte, cessa a vida. Mas... quem sabe essa vida não continua, de uma outra forma?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ONDE?




Onde andará você, criatura,
Em quem depositei
O último dos meus sonhos?
Onde andará esse olhar
Buscando estrelas
E outro caminho
Por onde possa pisar?
Quantas tintas terá derramado
Em telas, seus dedos que gesticulavam
E contavam histórias,
Levando à boca
A chama de um cigarro
Que nervosamente tentava
Apagar anseios e amarguras?
Que chão pisarão seus pés
Esmagando sonhos?...